Com
o tema Educação e Sindicalismo Revolucionário, o Simted Corumbá realizou neste
sábado, 22 de outubro, na Chácara 1054, no bairro Maria Leite, o Seminário e
Sarau Simted - o primeiro da história de 68 anos de criação do sindicato. E a
meta foi alcançada, conforme o presidente do Simted Corumbá, Gabriel Omar da
Matta Postigliatti. “Com a abordagem e discussão em torno do tema proposto,
conseguimos ressaltar a importância dessa autonomia e independência do
trabalhador diante do fascismo de direita e da conciliação de classes proposta
pela centro-esquerda”, afirmou o dirigente.
O
projeto e organização deste 1º Seminário Simted Corumbá teve como responsável o
diretor de Planejamento do Simted Corumbá, Alex Stefani, e teve como justificativa
“reorganizar uma corrente que retome as características do sindicalismo
revolucionário, classista e internacionalista, atuando para que a organização e
associação de trabalhadores se constitua como força autônoma na luta de classes
e não como força de apoio de partido político, coalização partidária, frente
política ou Governo’’. E tendo como objetivo “resgatar os sentidos e
significados históricos do sindicalismo revolucionário”.
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Sindicalista Rômulo Castro, da FOB |
Com
mediação do professor José Lourenço Santiago (diretor de Formação Sindical do Simted
Corumbá), a mesa redonda contou com os palestrantes: Dr. Alberto Feiden (SINPAF),
Profª Drª Anamaria Santana e Profº Dr.Onivan Correa (FETEMS), Rômulo Castro (FOB/RJ),
Idalina Silva (FETEMS) e Profª Luciana de Brito (Sindicato Geral Autônomo/SIGA-SC).
Tanto
Rômulo Castro como Luciana de Brito, ligados à Federação das Organizações Sindicalistas
Revolucionárias do Brasil (FOB), destacaram que a condução da luta política tem
sido o mais grave entrave ao avanço da organização sindical dos trabalhadores
da Educação e em geral. Nessas organizações - alertaram os sindicalistas – o mais
comum é os sindicalistas participarem de fóruns tripartites com governos e
empresários, fazerem conchavos com dirigentes políticos ou patrões, visando interesses
eleitoreiros, disputando cargos políticos via eleições e procurando obter vantagens
pessoais, esquecendo-se das demandas reais dos trabalhadores.
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Explanação de Luciana de Brito, do SIGA-SC |
Sem
maior resistência à imposição dos poderosos e patrões – ressaltaram os sindicalistas
da FOB – aceitam pautas rebaixadas e conciliam interesses. Sendo assim, a
conquista de postos no Estado acaba tendo prioridade frente à luta dos trabalhadores,
secundarizando e enfraquecendo o papel dos sindicatos para a emancipação. Mais
preocupados em manter o controle dos trabalhadores, impedem a formação de uma
ação autônoma e de base, de baixo para cima.
Estas
críticas, compartilhadas com os trabalhadores filiados participantes do
Seminário, também fazem parte do Manifesto de fundação da FATE (Federação
Autônoma de Trabalhadoras e Trabalhadores da Educação), filiada à FOB.
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Participação de trabalhadoras e trabalhadores |
Rômulo
Castro e Luciana de Brito buscaram alertar sobre as claras diferenças entre os
sindicatos que atuam na Educação e em geral. Combater e fazer oposição ao
sindicalismo pelego é uma das políticas colocadas em ação pela FATE e FOB. O
contexto atual exige uma nova forma de organização sindical, diferente da
atual, que é burocrática e vinculada ao Estado. Este é o objetivo do sindicalismo
revolucionário.
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Seminário contou com envolvimento de filiadas e filiados |
SARAU
CULTURAL
Uma
roda de conversa entre escritores regionais ligados à literatura autônoma e
independente abriu o Sarau Cultural do Simted Corumbá após a conclusão do
Seminário. O professor Wanderson Ligier (autor do romance Elpídio Petra), o
geógrafo João Carlos Ibanhez (autor de A Comédia Dramática da Vida - Diálogos
geográficos em torno da poesia de Lobivar Matos) e o jornalista Nelson Urt (livro-pesquisa
Além do Sarobá – Do modernista Lobivar Matos aso novos olhares poéticos sobre
as ‘manchas negras’ da fronteira) apresentaram e responderam indagações sobre
suas obras.
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Teatro Imaginário Maracangalha: peça baseada em Lobivar |
Em
seguida, um dos pontos altos foi a performance do Teatro Imaginário
Maracangalha, com a peça inspirada nos poemas sociais do poeta corumbaense
Lobivar Matos; e da peça encenada pelo grupo de teatro Maria Mole. Na música, um
show de samba com Dudu Souza e grupo. No artesanato, as atrativas bancas do Coletivo
de Mulheres Artistas do Pantanal, ao lado da notável grafitagem em mural e da
dança do rap e hip hop do Coletivo Cotidiano Difícil.
Enfim,
um Seminário e Sarau que compartilharam novos saberes, reflexões e um novo caminho
para o sindicalismo autônomo e independente, livre das amarras do sistema. Como
bem afirmaram os sindicalistas da FOB e SIGA, uma proposta de volta às origens
do movimento sindical brasileiro, tempos em que o protagonista era somente o
trabalhador.
Simted
Corumbá/Assessoria da Imprensa/texto e fotos
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Dr. Alberto Feiden, do SINPAF |
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Profª Drª Anamaria Santana |
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Coletivo Mulheres Artistas do Pantanal |
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Grafitagem do Coletivo Cotidiano Difícil |
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Banca de livros regionais e artesanais |
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Coletivo Cotidiano Difícil
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Participação notável de trabalhadoras e trabalhadores |
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Ibanhez, Ligier e Urt: roda de conversa literária |
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Grupo de Teatro Maria Mole |
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Coletivo Cotidiano Difícil: rap e hip hop |
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Dudu Souza e o grupo de Samba |
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Grafiteiro preparou painel durante o Sarau |