segunda-feira, 24 de outubro de 2022

1º Seminário Simted Corumbá aponta rumos para o sindicalismo revolucionário

Com o tema Educação e Sindicalismo Revolucionário, o Simted Corumbá realizou neste sábado, 22 de outubro, na Chácara 1054, no bairro Maria Leite, o Seminário e Sarau Simted - o primeiro da história de 68 anos de criação do sindicato. E a meta foi alcançada, conforme o presidente do Simted Corumbá, Gabriel Omar da Matta Postigliatti. “Com a abordagem e discussão em torno do tema proposto, conseguimos ressaltar a importância dessa autonomia e independência do trabalhador diante do fascismo de direita e da conciliação de classes proposta pela centro-esquerda”, afirmou o dirigente.

O projeto e organização deste 1º Seminário Simted Corumbá teve como responsável o diretor de Planejamento do Simted Corumbá, Alex Stefani, e teve como justificativa “reorganizar uma corrente que retome as características do sindicalismo revolucionário, classista e internacionalista, atuando para que a organização e associação de trabalhadores se constitua como força autônoma na luta de classes e não como força de apoio de partido político, coalização partidária, frente política ou Governo’’. E tendo como objetivo “resgatar os sentidos e significados históricos do sindicalismo revolucionário”.

Sindicalista Rômulo Castro, da FOB

Com mediação do professor José Lourenço Santiago (diretor de Formação Sindical do Simted Corumbá), a mesa redonda contou com os palestrantes: Dr. Alberto Feiden (SINPAF), Profª Drª Anamaria Santana e Profº Dr.Onivan Correa (FETEMS), Rômulo Castro (FOB/RJ), Idalina Silva (FETEMS) e Profª Luciana de Brito (Sindicato Geral Autônomo/SIGA-SC).

Tanto Rômulo Castro como Luciana de Brito, ligados à Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil (FOB), destacaram que a condução da luta política tem sido o mais grave entrave ao avanço da organização sindical dos trabalhadores da Educação e em geral. Nessas organizações - alertaram os sindicalistas – o mais comum é os sindicalistas participarem de fóruns tripartites com governos e empresários, fazerem conchavos com dirigentes políticos ou patrões, visando interesses eleitoreiros, disputando cargos políticos via eleições e procurando obter vantagens pessoais, esquecendo-se das demandas reais dos trabalhadores.

Explanação de Luciana de Brito, do SIGA-SC

Sem maior resistência à imposição dos poderosos e patrões – ressaltaram os sindicalistas da FOB – aceitam pautas rebaixadas e conciliam interesses. Sendo assim, a conquista de postos no Estado acaba tendo prioridade frente à luta dos trabalhadores, secundarizando e enfraquecendo o papel dos sindicatos para a emancipação. Mais preocupados em manter o controle dos trabalhadores, impedem a formação de uma ação autônoma e de base, de baixo para cima.

Estas críticas, compartilhadas com os trabalhadores filiados participantes do Seminário, também fazem parte do Manifesto de fundação da FATE (Federação Autônoma de Trabalhadoras e Trabalhadores da Educação), filiada à FOB.

Participação de trabalhadoras e trabalhadores

Rômulo Castro e Luciana de Brito buscaram alertar sobre as claras diferenças entre os sindicatos que atuam na Educação e em geral. Combater e fazer oposição ao sindicalismo pelego é uma das políticas colocadas em ação pela FATE e FOB. O contexto atual exige uma nova forma de organização sindical, diferente da atual, que é burocrática e vinculada ao Estado. Este é o objetivo do sindicalismo revolucionário.

Seminário contou com envolvimento de filiadas e filiados

SARAU CULTURAL

Uma roda de conversa entre escritores regionais ligados à literatura autônoma e independente abriu o Sarau Cultural do Simted Corumbá após a conclusão do Seminário. O professor Wanderson Ligier (autor do romance Elpídio Petra), o geógrafo João Carlos Ibanhez (autor de A Comédia Dramática da Vida - Diálogos geográficos em torno da poesia de Lobivar Matos) e o jornalista Nelson Urt (livro-pesquisa Além do Sarobá – Do modernista Lobivar Matos aso novos olhares poéticos sobre as ‘manchas negras’ da fronteira) apresentaram e responderam indagações sobre suas obras.

Teatro Imaginário Maracangalha: peça baseada em Lobivar

Em seguida, um dos pontos altos foi a performance do Teatro Imaginário Maracangalha, com a peça inspirada nos poemas sociais do poeta corumbaense Lobivar Matos; e da peça encenada pelo grupo de teatro Maria Mole. Na música, um show de samba com Dudu Souza e grupo. No artesanato, as atrativas bancas do Coletivo de Mulheres Artistas do Pantanal, ao lado da notável grafitagem em mural e da dança do rap e hip hop do Coletivo Cotidiano Difícil.

Enfim, um Seminário e Sarau que compartilharam novos saberes, reflexões e um novo caminho para o sindicalismo autônomo e independente, livre das amarras do sistema. Como bem afirmaram os sindicalistas da FOB e SIGA, uma proposta de volta às origens do movimento sindical brasileiro, tempos em que o protagonista era somente o trabalhador.

Simted Corumbá/Assessoria da Imprensa/texto e fotos

Dr. Alberto Feiden, do SINPAF


Profª Drª Anamaria Santana

 

Coletivo Mulheres Artistas do Pantanal

 

Grafitagem do Coletivo Cotidiano Difícil

Banca de livros regionais e artesanais

 

Coletivo Cotidiano Difícil



Participação notável de trabalhadoras e trabalhadores

Ibanhez, Ligier e Urt: roda de conversa literária


Grupo de Teatro Maria Mole

                         

Coletivo Cotidiano Difícil: rap e hip hop 

Dudu Souza e o grupo de Samba

Grafiteiro preparou painel durante o Sarau



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