Indígena guarani Valdecir lança grito de alerta em defesa de meio ambiente |
A palestra de Valdecir Marques da Silva, indígena da etnia guarani morador da Vila dos Pescadores, no Porto Esperança, distrito de Corumbá, é um grito de alerta do que poderá se tornar a humanidade se providências não forem tomadas para preservar o meio ambiente. “Os fazendeiros estão matando as nascentes dos rios, e quem preserva essas nascentes são os indígenas”, apontou. “Futuramente a guerra vai ser por água, que está acabando”, alertou.
“Temos que pôr na nossa cabeça que temos uma imensa riqueza, mas nos tornamos o país mais pobre do mundo. Quem desfruta dessa riqueza é o povo lá fora, nós continuamos na pobreza. Então vocês mais jovens tem de aprender a valorizar o que têm. Preservem a natureza porque futuramente vai fazer falta”, acrescentou Valdecir.
O indígena guarani foi um dos pontos altos do projeto Resistência Quilombola e Indígena em Mato Grosso do Sul, desenvolvido na Escola Estadual Otacílio Faustino da Silva pelo professor de História José Lourenço Santiago.
Além da palestra, alunos apresentaram e colocaram em exposição trabalhos sobre o tema, entre eles Nicolas Rodrigues de Jesus, aluno do sétimo ano, que mostrou e aprendeu “coisas novas” sobre a população indígena em Mato Grosso do Sul. “A vida deles tem uma parte boa e outra ruim. A ruim é que tem gente jogando coisa ruim na terra deles e muitos sofrem doenças por causa disso”, afirmou Nicolas.
O trabalho dos alunos Laralis e Rafael era uma pesquisa que mostrava novas imagens sobre vestígios de sítios arqueológicos comprovando a presença dos povos originários. “Para as pessoas, é bom (conhecer os sítios arqueológicos), só que precisam colaborar e respeitar a natureza”, alertou Rafael.
Na sala temática, uma velha canoa e folhagens de camalote e aguapé retratavam o bioma pantaneiro, ultimamente tão castigado pelas queimadas; painéis ilustrados por desenhos dos alunos e cartazes impressos colados na parede pediam justiça para as mortes recentes do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, executados na Amazônia.
“Eu não sabia muita coisa. Já percebi que o Brasil é um país rico mas ao mesmo tempo pobre, porque busco conhecimento. Sobre os indígenas já tinha ouvido falar. Sobre os quilombolas em Corumbá ainda não havia ouvido falar”, disse Vagner Alves da Silva, do oitavo ano B. “Conhecimento ninguém pode roubar da gente”, acrescentou.
Professor José Lourenço alerta sobre exclusão de povos originários |
Governo fascista no poder promove exclusão desses povos, diz professor
O projeto Resistência Quilombola e Indígena em Mato Grosso do Sul é uma mobilização que visa resgatar a cultura dos povos originários e defender seus direitos contra as agressões do capital, de acordo com o professor de História José Lourenço Santiago, coordenador do projeto. “Temos hoje um governo fascista no poder, que provoca a exclusão desses povos, inclusive coloca um Marco Temporal (que retira os direitos de os indígenas reivindicarem suas terras em questões anteriores à Constituição de 1988) que é mais uma violência de um Estado violento”, enfatizou o professor.
Laralis e Rafael: projeto de arqueologia |
Indígena guarani Valdecir |
Professor José Lourenço Santiago |
Projeto é apresentado à comunidade |
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